🇧🇷 A 67ª Cúpula do Mercosul termina sem mencionar a Venezuela no comunicado oficial, evidenciando o abismo ideológico entre Lula e Milei. - DIÁRIO DO CARLOS SANTOS

🇧🇷 A 67ª Cúpula do Mercosul termina sem mencionar a Venezuela no comunicado oficial, evidenciando o abismo ideológico entre Lula e Milei.

 Silêncio Diplomático e Polarização: O Impasse da Venezuela na 67ª Cúpula do Mercosul

Por: Carlos Santos | Fundador, Editor-Chefe e Diretor de SEO

Por um lado, temos o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que, apesar
das críticas pontuais, mantém uma postura de diálogo e mediação em relação a
Caracas. Por outro, o presidente argentino, Javier Milei, cuja realidade política é
pautada pelo confronto direto com regimes que ele classifica como ditatoriais.


A diplomacia sul-americana vive um momento de intensas tensões ideológicas, e eu, Carlos Santos, acompanho com atenção como os fóruns multilaterais tentam equilibrar interesses nacionais e princípios democráticos. Neste sábado, 20 de dezembro de 2025, a 67ª Cúpula do Mercosul revelou uma faceta intrigante das relações internacionais: a omissão estratégica. Embora o tema da Venezuela tenha dominado os bastidores e os discursos individuais, o documento oficial conjunto optou pelo silêncio, evidenciando uma profunda fenda entre os líderes do bloco.

O blog Diário do Carlos Santos analisa hoje como essa ausência de consenso impacta a imagem do Mercosul no cenário global. Quando presidentes de nações vizinhas, como Brasil e Argentina, divergem publicamente sobre o reconhecimento da legitimidade de um governo próximo, o bloco caminha sobre uma corda bamba. O comunicado conjunto, ao evitar mencionar o país vizinho, tenta preservar a fachada de unidade econômica, mas falha em esconder as divergências políticas que moldam a nossa região.



O Contraste entre Discursos e Documentos Oficiais


🔍 Zoom na realidade

A realidade dos encontros de cúpula muitas vezes reside naquilo que não é dito formalmente. Na 67ª Cúpula do Mercosul, a realidade palpável foi a de um bloco dividido entre visões de mundo diametralmente opostas. Por um lado, temos o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que, apesar das críticas pontuais, mantém uma postura de diálogo e mediação em relação a Caracas. Por outro, o presidente argentino, Javier Milei, cuja realidade política é pautada pelo confronto direto com regimes que ele classifica como ditatoriais. A realidade é que o Mercosul, originalmente um bloco comercial, está cada vez mais paralisado por essas disputas ideológicas que transcendem as tarifas alfandegárias.

A falta de transmissão integral para a imprensa acentuou o tom de mistério e a percepção de que houve embates intensos à porta fechada. A realidade é que o silêncio do comunicado oficial sobre a Venezuela não reflete uma falta de interesse, mas sim a impossibilidade de se chegar a um denominador comum. Se o bloco incluísse qualquer menção, teria que escolher entre a condenação ou a complacência, e qualquer uma das opções poderia levar ao rompimento do frágil equilíbrio que sustenta o grupo atualmente. É uma realidade de "paz armada" diplomática.

Além disso, a realidade econômica da região exige que o Mercosul avance em acordos externos, como o já discutido pacto com a União Europeia. No entanto, a realidade política da Venezuela acaba por se tornar um empecilho indireto. Investidores internacionais olham para a América do Sul em busca de estabilidade jurídica e política. Quando o principal bloco econômico da região não consegue sequer mencionar uma crise humanitária e política de tamanha magnitude em seu território vizinho, a realidade da credibilidade institucional do bloco acaba sendo questionada no exterior.


📊 Panorama em números

Os números que orbitam o Mercosul e sua relação com a Venezuela são reveladores. Desde a suspensão da Venezuela do bloco em 2017 por violação da cláusula democrática, o fluxo comercial intra-bloco sofreu transformações. De acordo com dados da Secretaria do Mercosur, o comércio regional ainda busca recuperar os patamares da década passada. A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, representa um mercado de potencial gigantesco, mas os números atuais de exportação do Brasil e da Argentina para lá são apenas uma fração do que já foram.

A disparidade econômica entre os membros também é notável. O Brasil detém cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. Segundo relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI), as projeções de crescimento para os membros do Mercosul em 2025 e 2026 variam drasticamente: enquanto o Brasil busca uma estabilidade moderada, a Argentina enfrenta números inflacionários desafiadores e uma tentativa de reestruturação profunda sob a gestão Milei. Esses números explicam por que as prioridades são tão distintas; enquanto um busca liderança regional, o outro foca na sobrevivência econômica doméstica.

Outro dado importante refere-se à crise migratória. Estima-se que mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram seu país nos últimos anos, conforme dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Grande parte desse contingente se estabeleceu em países do Mercosul, gerando custos fiscais e pressões sociais nos serviços públicos de Colômbia, Brasil, Chile e Argentina. Portanto, quando o bloco ignora a menção à Venezuela em um comunicado oficial, ele está ignorando um fator que impacta diretamente os números do orçamento público de seus próprios Estados-membros.


💬 O que dizem por aí

Nos corredores diplomáticos e nas redes sociais, o que se diz por aí é que o Mercosul está vivendo uma crise de identidade. Analistas políticos afirmam que o bloco se tornou excessivamente "politizado", perdendo de vista sua missão comercial. Diz-se por aí que o silêncio sobre a Venezuela foi uma vitória da diplomacia brasileira para evitar um isolamento ainda maior de Caracas, mas, simultaneamente, é visto como uma derrota para os defensores da cláusula democrática, que esperavam uma postura mais firme.

Especialistas em relações internacionais sugerem que a divergência entre Lula e Milei é a mais profunda desde a fundação do bloco em 1991. O que dizem por aí é que Milei usa a questão venezuelana para reforçar sua base eleitoral interna, enquanto Lula tenta manter o Brasil como o "fiel da balança" no continente. Essa dualidade de discursos cria uma cacofonia que dificulta a negociação de acordos de livre comércio, pois os parceiros externos não sabem com qual Mercosul estão lidando.

Há também quem diga por aí que o segredo em torno da transmissão da cúpula foi uma tentativa de evitar que as "faíscas" entre os presidentes se tornassem espetáculo midiático. No entanto, o efeito foi o contrário: o que se diz por aí é que a falta de transparência apenas alimenta especulações de que o bloco está à beira de uma desintegração ou de uma irrelevância prolongada. A voz das ruas e dos mercados exige clareza, algo que o comunicado oficial falhou em entregar.


🧭 Caminhos possíveis

Existem caminhos possíveis para superar esse impasse diplomático. O primeiro seria o fortalecimento institucional do tribunal do Mercosul, transformando a cláusula democrática em um mecanismo técnico e automático, menos dependente das preferências ideológicas do presidente de turno. Este caminho permitiria que o bloco tratasse questões como a da Venezuela com base em critérios objetivos de direitos humanos e liberdades civis, independentemente de quem ocupa o poder em Brasília ou Buenos Aires.

Outro caminho possível envolve a segmentação definitiva do bloco: focar estritamente na união aduanera e nos acordos tarifários, deixando as questões políticas para outros fóruns, como a OEA ou as Nações Unidas. Esse caminho evitaria que impasses sobre a política interna de vizinhos travassem a agenda econômica. No entanto, muitos argumentam que não há economia próspera sem estabilidade democrática, o que torna esse caminho de "separação total" difícil de ser implementado na prática.

Um terceiro caminho, mais ambicioso, seria a criação de uma força-tarefa diplomática conjunta no Mercosul para mediar a transição na Venezuela, com garantias para todas as partes. Isso exigiria que Lula e Milei encontrassem um terreno comum, algo que parece improvável no momento. Contudo, os caminhos possíveis para a relevância do Mercosul passam, obrigatoriamente, por uma solução para a "questão venezuelana", que hoje atua como uma âncora que impede o bloco de navegar em águas mais tranquilas.


🧠 Para pensar…

Precisamos pensar sobre a eficácia dos comunicados oficiais em uma era de comunicação instantânea e polarizada. De que adianta um documento conjunto que omite o tema mais urgente da região? Pensar o Mercosul exige coragem para encarar as contradições. Se o bloco se cala diante de crises humanitárias e políticas, ele corre o risco de se tornar apenas uma entidade burocrática sem alma. A omissão é, em si, um posicionamento político.

Devemos refletir também sobre o papel da liderança brasileira. Como o maior país da região, o Brasil tem a responsabilidade de mediar, mas até onde essa mediação pode ir sem ferir os compromissos com a democracia? Pensar criticamente sobre a diplomacia significa entender que o diálogo não pode ser um fim em si mesmo, mas um meio para alcançar resultados concretos para a população da região, incluindo os milhões de venezuelanos que buscam refúgio e esperança.

Por fim, é necessário pensar no futuro das democracias sul-americanas. A polarização entre visões de esquerda e direita está impedindo a construção de uma agenda regional sólida. O Mercosul deveria ser um porto seguro para esses valores, mas hoje se assemelha mais a um campo de batalha. Pensar o amanhã exige que os líderes coloquem os interesses dos cidadãos acima de suas retóricas partidárias, buscando pontos de convergência que tragam prosperidade real.


📚 Ponto de partida

Para entender o contexto atual, o ponto de partida deve ser o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 1998. Este documento é a base legal que permite a suspensão de membros que rompam com a ordem democrática. Compreender este protocolo ajuda a situar por que a Venezuela está suspensa e por que o tema gera tanta discórdia entre os presidentes atuais.

Outro pilar fundamental é o histórico da fundação do bloco no início da década de 90. O Mercosul nasceu em um contexto de redemocratização e abertura econômica. Estudar esse ponto de partida nos mostra que o bloco sempre teve uma vocação dual: política e econômica. Quando uma dessas pernas falha, o corpo todo desequilibra. A leitura das atas das cúpulas anteriores também revela como o peso de cada país mudou ao longo do tempo.

Finalmente, é essencial acompanhar os relatórios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e outras entidades setoriais, pois a integração energética é um dos maiores pontos de interesse com a Venezuela. O ponto de partida para qualquer análise séria deve ser técnico: quanto a instabilidade política custa em termos de investimentos não realizados e comércio perdido. O conhecimento dos fatos é o único antídoto contra a propaganda ideológica de qualquer lado.


📦 Box informativo 📚 Você sabia?

Você sabia que a Venezuela foi o primeiro país a ser formalmente suspenso do Mercosul por violação da cláusula democrática? A decisão, tomada em agosto de 2017, foi unânime entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai na época. Desde então, o país permanece em um "limbo" jurídico: continua sendo um Estado-membro, mas está privado de seus direitos e obrigações no bloco. Essa situação sui generis explica por que o tema é tão espinhoso em todas as cúpulas.

Outro fato curioso é que o Mercosul possui um Parlamento, o Parlasul, sediado em Montevidéu. Embora suas decisões não sejam vinculativas (ou seja, não têm força de lei automática nos países), ele é um dos poucos espaços onde deputados de todos os países membros, inclusive da oposição venezuelana em certas épocas, puderam debater cara a cara. Isso mostra que a integração regional tem camadas muito mais profundas do que apenas os encontros presidenciais.

Além disso, o Mercosul já negociou acordos com parceiros inusitados, como Israel e o Egito. No entanto, o "grande prêmio" sempre foi o acordo com a União Europeia. Sabia que a questão da Venezuela e o respeito aos direitos humanos são frequentemente citados por parlamentares europeus como razões para o atraso na ratificação desse acordo? O silêncio na cúpula de hoje repercute diretamente nos parlamentos de Berlim e Paris amanhã.


🗺️ Daqui pra onde?

O destino do Mercosul depende da sua capacidade de se reinventar após 2025. O caminho "daqui pra onde" aponta para uma necessidade urgente de modernização das regras de comércio digital e serviços, temas que ficaram em segundo plano na cúpula atual. Se os líderes continuarem focados apenas em disputas sobre a Venezuela, o bloco perderá o bonde da nova economia global, sendo ultrapassado por blocos mais ágeis como a Aliança para o Pacífico.

Veremos nos próximos meses se a Argentina de Milei tentará flexibilizar as regras do Mercosul para permitir acordos bilaterais independentes, o que poderia significar o fim da união aduanera como a conhecemos. O "daqui pra onde" do Brasil será tentar manter a coesão do bloco enquanto lida com as críticas à sua postura diplomática. A Venezuela continuará sendo o fantasma nas reuniões, a menos que uma mudança real ocorra no terreno em Caracas.

O futuro exige pragmatismo. A região precisa de infraestrutura integrada, redes ferroviárias e segurança energética. O caminho é focar no que une as nações — a geografia e as necessidades do povo — e não no que as separa — a ideologia dos palácios. O Mercosul do futuro será tecnocrático ou não será, pois a política partidária já provou ser insuficiente para manter a chama da integração acesa.


🌐 Tá na rede, tá oline

"O povo posta, a gente pensa. Tá na rede, tá oline!" Nas redes sociais, a reação à cúpula foi imediata. De um lado, hashtags em apoio à firmeza de Milei contra ditaduras; do outro, críticas ao que chamam de "postura agressiva" da Argentina que prejudicaria os negócios. O silêncio do comunicado oficial foi ironizado por muitos usuários, que compararam o Mercosul a um jantar de família onde ninguém menciona o "elefante na sala". A transparência é o que o povo cobra, e a rede não perdoa a falta de transmissão dos discursos na íntegra.

🔗 Âncora do conhecimento

Para que o Mercosul prospere e as nações alcancem a estabilidade necessária para acordos globais, a segurança operacional e financeira deve ser uma prioridade constante para investidores e gestores públicos. Entender como mitigar riscos em ambientes voláteis é fundamental tanto na política quanto no mercado financeiro; para aprofundar seus conhecimentos sobre proteção patrimonial e estratégias de saída, clique aqui e descubra como preservar resultados de forma dinâmica e segura.


Reflexão Final

A 67ª Cúpula do Mercosul nos deixa uma lição amarga sobre os limites da diplomacia de gabinete. Quando o silêncio se torna a única forma de manter a união, essa união torna-se frágil e sem propósito claro. O futuro da nossa região depende da nossa capacidade de encarar as crises de frente, com honestidade e compromisso inegociável com a liberdade. Que o Mercosul reencontre seu caminho como motor de desenvolvimento, e não apenas como um palco de divergências silenciadas.


Recursos e fontes em destaque

  • Money Times: Reportagens sobre os bastidores da Cúpula do Mercosul. moneytimes.com.br

  • Secretaria do Mercosur: Dados oficiais sobre comércio e protocolos. mercosur.int

  • ACNUR (ONU): Relatórios sobre a crise migratória venezuelana. acnur.org

  • Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores): Notas oficiais da delegação brasileira.


⚖️ Disclaimer Editorial

Este artigo reflete uma análise crítica e opinativa produzida para o Diário do Carlos Santos, com base em informações públicas, reportagens e dados de fontes consideradas confiáveis. Não representa comunicação oficial, nem posicionamento institucional de quaisquer outras empresas ou entidades eventualmente aqui mencionadas. A interpretação dos fatos políticos e as decisões baseadas neles são de inteira responsabilidade do leitor.



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