Entenda por que policiais aplicam técnicas dolorosas em abordagens e como são treinados, entre ética, segurança e controvérsia. - DIÁRIO DO CARLOS SANTOS

Entenda por que policiais aplicam técnicas dolorosas em abordagens e como são treinados, entre ética, segurança e controvérsia.

Por que policiais pegam nos testículos dos homens ao fazer uma abordagem - Entenda como os agentes são treinados

Por: Carlos Santos


A abordagem policial é um tema que desperta curiosidade, temor e até polêmica. Eu, Carlos Santos, já ouvi muitas versões sobre métodos de contenção usados por agentes de segurança, mas poucas explicações são realmente embasadas em fatos. Entre as práticas que mais chamam atenção, está o ato de apertar ou segurar os testículos de suspeitos durante abordagens. Parece extremo, mas existe uma razão por trás desse procedimento, que muitas vezes é ensinada nos treinamentos policiais, especialmente em técnicas de imobilização e controle de indivíduos.

Entre o controle e a controvérsia: a realidade das técnicas policiais


🔍 Zoom na realidade

Para entender essa prática, é preciso analisar o contexto do trabalho policial. Durante abordagens, os agentes lidam com situações imprevisíveis, onde a segurança de todos — incluindo a própria do policial — é prioridade. Técnicas de contenção visam neutralizar o risco de resistência ou agressão sem causar ferimentos graves permanentes. O chamado "aperto genital" é uma dessas técnicas, conhecida como pain compliance.

O conceito é simples: certas áreas do corpo são extremamente sensíveis à dor, e a pressão controlada aplicada nessas regiões gera desconforto intenso sem risco de lesão permanente quando realizada corretamente. Isso permite que o policial consiga reduzir a resistência de um indivíduo, facilitando a imobilização ou algemamento.

Contudo, é importante notar que nem todos os policiais usam a técnica da mesma forma. O treinamento varia por estado, país e até por unidade, refletindo normas internas, doutrinas legais e diretrizes de direitos humanos. Organizações de fiscalização e órgãos de defesa civil frequentemente orientam que abordagens físicas devem priorizar técnicas não dolorosas sempre que possível.

Na prática, o uso de dor como instrumento de controle é controvérsio e suscita debates éticos, jurídicos e sociais. É fundamental compreender que, apesar de ser ensinada em alguns cursos de capacitação, o aperto nos testículos não é incentivado de forma indiscriminada e qualquer abuso pode levar à responsabilização do agente.

O público geral muitas vezes vê apenas o resultado extremo, sem entender o treinamento e o contexto em que essas técnicas são aplicadas. Por isso, analisar as normas de segurança, os relatórios internos das corporações e os registros de abuso é essencial para separar mito de realidade.


📊 Panorama em números

Estudos sobre o uso da força policial no Brasil são relativamente escassos, mas dados oficiais apontam algumas tendências. Segundo relatório do Ministério da Justiça de 2023, cerca de 23% das abordagens resultam em algum tipo de contato físico com os suspeitos, sendo que técnicas de contenção são aplicadas em menos de 5% desses casos.

Pesquisas internacionais, como as da Police Executive Research Forum (PERF, EUA), mostram que aproximadamente 12% das imobilizações envolvem técnicas de dor controlada, incluindo compressões em áreas sensíveis.

Além disso, estudos do Observatório Nacional de Segurança Pública indicam que casos de abuso ou excesso de força ainda são subnotificados. Em números práticos:

  • 10.500 denúncias de abuso em abordagens policiais foram registradas em 2023;

  • Destas, apenas 4.800 resultaram em investigação formal;

  • Casos envolvendo técnicas dolorosas específicas representam menos de 15% do total.

Ou seja, apesar da repercussão midiática, o contato com áreas genitais é uma prática altamente controlada e não rotineira, mas o seu efeito visual e a percepção de violência geram grande impacto na opinião pública.

Especialistas em criminologia destacam que a reação do indivíduo à abordagem é determinante para o uso ou não dessas técnicas. Em muitos casos, alternativas como imobilização de braços ou joelhos são preferidas, reduzindo a necessidade de aplicar dor extrema.


💬 O que dizem por aí

O tema gera polêmica entre policiais, juristas e a população em geral. Alguns agentes afirmam que a técnica é uma ferramenta de último recurso, apenas quando há risco imediato de fuga ou agressão. Em fóruns de segurança pública, é comum encontrar discussões sobre a ética do método e sobre os limites legais de uso da força.

Juristas lembram que a Constituição Federal e o Código Penal brasileiro definem limites claros: a força deve ser proporcional e necessária. O uso de dor excessiva pode configurar tortura ou maus-tratos, passível de sanções criminais.

Por outro lado, cidadãos que já passaram por abordagens relatam experiências traumáticas, mesmo quando a técnica foi aplicada de forma correta. Esse contraste mostra que, apesar da justificativa técnica, a percepção de abuso é real e afeta a confiança da população nas instituições.

Especialistas em direito penal, como professores de criminologia da USP, afirmam que a formação policial deve equilibrar eficiência e respeito aos direitos humanos, promovendo treinamentos que reduzam a necessidade de dor física como ferramenta de controle.

A mídia frequentemente dramatiza casos isolados, reforçando estigmas e medo na população. Portanto, é fundamental analisar fontes confiáveis e dados oficiais antes de formar opinião sobre a técnica.


🧭 Caminhos possíveis

Diante da controvérsia, surgem alternativas e soluções que podem equilibrar segurança e direitos humanos. Entre elas:

  1. Treinamentos aprimorados: maior ênfase em técnicas de imobilização sem dor, controle verbal e desescalonamento.

  2. Uso de equipamentos não letais: bastões, tasers e algemas específicas que limitam o movimento sem causar sofrimento intenso.

  3. Fiscalização rigorosa: monitoramento das abordagens via câmeras corporais e auditorias internas para prevenir abusos.

  4. Educação comunitária: informar a população sobre seus direitos e procedimentos policiais para reduzir conflitos.

  5. Revisão contínua de protocolos: alinhamento com normas internacionais de direitos humanos e melhores práticas.

Esses caminhos reforçam a necessidade de equilibrar eficiência operacional e ética profissional, reduzindo o uso de técnicas controversas como o aperto nos testículos e aumentando a confiança da sociedade nas forças de segurança.


🧠 Para pensar…

É essencial refletir sobre o impacto social dessas práticas. O ato de causar dor, mesmo controlada, gera memórias traumáticas e desconfiança nas relações entre policiais e cidadãos.

Além disso, existe uma dimensão psicológica: o poder simbólico da dor genital — representa vulnerabilidade extrema do indivíduo, sendo uma técnica que impacta emocional e fisicamente, além do físico. Por isso, a discussão ética não é apenas legal, mas também social e cultural.

O debate levanta questões importantes: até que ponto a eficiência justifica métodos invasivos? Como treinar policiais para proteger sem violar direitos? Quais são os efeitos a longo prazo nas vítimas dessas técnicas?

É necessário equilibrar ciência, ética e prática operacional, promovendo abordagens que reduzam riscos e preservem a dignidade humana. O treinamento policial, portanto, deve evoluir constantemente, acompanhando mudanças sociais e legais.


📚 Ponto de partida

Para entender melhor a técnica de pain compliance, é interessante estudar treinamentos de segurança pública internacionais. Em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, os cursos policiais incluem módulos sobre:

  • Controle físico e verbal de suspeitos;

  • Avaliação de risco antes de qualquer contato físico;

  • Alternativas não dolorosas de contenção;

  • Direitos humanos e ética policial.

No Brasil, algumas academias já incorporam esses conceitos, mas há disparidades regionais significativas. Pesquisar estudos acadêmicos e relatórios oficiais permite construir uma visão crítica e baseada em dados, sem cair em mitos ou sensacionalismo.

Além disso, compreender como os cidadãos percebem abordagens ajuda a melhorar políticas públicas e reduzir conflitos, fortalecendo o diálogo entre polícia e sociedade.


📦 Box informativo 📚 Você sabia?

  • O aperto em áreas genitais é chamado de pain compliance;

  • A técnica visa neutralizar resistência rapidamente;

  • É ensinado em cursos de imobilização de várias academias policiais;

  • Pode ser legal quando aplicado com moderação e dentro de normas;

  • Casos de abuso geram investigação e responsabilização;

  • Estatísticas mostram que menos de 15% das imobilizações envolvem dor genital;

  • Organizações internacionais orientam priorizar métodos sem dor;

  • A percepção de violência, mesmo quando legal, impacta a confiança social;

  • Treinamentos contínuos reduzem a necessidade do uso de dor;

  • Educar cidadãos sobre seus direitos diminui o risco de conflito.


🗺️ Daqui pra onde?

O futuro das abordagens policiais depende de educação, treinamento e fiscalização constante. Governos e corporações precisam investir em cursos que valorizem técnicas de desescalonamento e contenção sem dor, fortalecendo a segurança e os direitos humanos.

Além disso, a tecnologia pode ajudar: câmeras corporais, aplicativos de monitoramento e inteligência artificial auxiliam no registro transparente de abordagens. A sociedade deve exigir padrões éticos claros e fiscalizar práticas abusivas, garantindo responsabilidade e confiança mútua.

Em resumo, o caminho passa pelo equilíbrio entre eficiência e ética, promovendo abordagens que protejam policiais e cidadãos simultaneamente.


🌐 Tá na rede, tá oline

O debate sobre técnicas de contenção policial viraliza frequentemente nas redes sociais. Plataformas como Twitter e Instagram são palco de discussões acaloradas, memes e vídeos de abordagens, reforçando a necessidade de informação crítica e responsável.

"O povo posta, a gente pensa. Tá na rede, tá oline!"

É fundamental que o público entenda o contexto por trás das imagens e relatos, separando fenômenos isolados de práticas normativas, e que os próprios órgãos policiais acompanhem e respondam à repercussão online para manter transparência.


Reflexão final

Compreender o uso de dor em abordagens policiais nos permite refletir sobre ética, treinamento e direitos humanos. A prática pode ser legítima dentro de normas específicas, mas sua percepção social exige transparência, fiscalização e constante revisão. A evolução do policiamento depende do equilíbrio entre eficiência operacional e respeito à dignidade.



Recursos e fontes em destaque

  • Ministério da Justiça – Relatório 2023: dados sobre abordagens físicas;

  • Police Executive Research Forum (PERF, EUA): estudos de técnicas de contenção;

  • Observatório Nacional de Segurança Pública: estatísticas de abuso e denúncias;

  • Constituição Federal e Código Penal: regulamentação do uso da força.





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