Intenção de compra de imóveis cai ao menor nível desde 2019, segundo FipeZap+. Entenda as causas e impactos para o Brasil.
Intenção de compra de imóveis cai ao menor nível desde 2019: o que isso revela sobre o Brasil?
Por: Carlos Santos
Introdução
Eu, Carlos Santos, observo que a economia brasileira sempre encontra maneiras de nos surpreender. Ora pelo otimismo repentino, ora pela freada brusca. Os números mais recentes do FipeZap+ IGDL mostram que a intenção de compra de imóveis no Brasil caiu ao menor nível desde 2019. Isso não é apenas uma estatística fria: é o reflexo de famílias inseguras, crédito caro e um mercado que já não se vende como antes.
Quando falamos de “sonho da casa própria”, não falamos só de um bem material, mas de identidade, de estabilidade e até de ascensão social. Se esse sonho está cada vez mais distante, é preciso questionar o porquê.
Subtítulo estratégico
Crédito caro, incertezas e prioridades: por que os brasileiros estão desistindo do sonho da casa própria?
🔍 Zoom na realidade
O mercado imobiliário é historicamente visto como porto seguro. Mas quando os juros estão altos, a inflação corrói o poder de compra e a renda não cresce no mesmo ritmo, o que acontece? O sonho da casa própria se torna pesado demais para caber no orçamento.
O FipeZap+ IGDL revelou que a intenção de compra de imóveis caiu para 11% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde 2019. Para se ter uma ideia, em momentos de otimismo, esse índice já passou de 20%.
A explicação não é simples. O crédito imobiliário ainda é uma das formas mais acessíveis de financiamento no país, mas o custo efetivo total está muito acima do que as famílias conseguem suportar. Quem tem R$ 3 mil ou R$ 4 mil de renda líquida, dificilmente consegue assumir uma prestação sem comprometer mais de 30% do salário.
O resultado? Mais gente adia, aluga, ou simplesmente desiste da ideia.
📊 Panorama em números
Alguns números ajudam a entender o tamanho da mudança:
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11% dos brasileiros afirmam ter intenção de comprar imóvel em 2025 (FipeZap+).
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Em 2021, no auge do crédito barato, essa intenção chegou a 19%.
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O preço médio dos imóveis anunciados em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro subiu mais de 5% acima da inflação no último ano.
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A taxa média de financiamento imobiliário, atrelada à Selic, gira em torno de 10% ao ano.
Ou seja: imóveis ficaram mais caros, enquanto o bolso das famílias ficou mais apertado.
Esse movimento se conecta a outro dado relevante: o aumento do aluguel. Segundo a mesma pesquisa, muitos preferem alugar por tempo indeterminado, justamente para evitar se comprometer com financiamentos de 20 ou 30 anos.
💬 O que dizem por aí
Especialistas têm opiniões divergentes sobre esse cenário.
Alguns analistas do setor imobiliário argumentam que a queda é momentânea e que a retomada da economia pode reaquecer o mercado em breve. Para eles, o déficit habitacional no Brasil, que ultrapassa 5,8 milhões de moradias (dados da Fundação João Pinheiro), garante demanda de longo prazo.
Por outro lado, economistas mais críticos alertam que a retração pode ser estrutural. Para muitos jovens, o “sonho da casa própria” deixou de ser prioridade, substituído por valores como mobilidade, flexibilidade e até qualidade de vida em cidades menores.
“O mercado imobiliário brasileiro ainda depende da ideia de que todo cidadão deve ter sua casa própria. Mas as novas gerações já não enxergam isso da mesma forma.”
🧭 Caminhos possíveis
Diante desse cenário, quais saídas se apresentam?
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Políticas públicas de habitação – Programas como o “Minha Casa, Minha Vida” precisam ser adaptados às novas realidades.
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Inovação no crédito – É urgente criar mecanismos de financiamento mais flexíveis e acessíveis, que considerem diferentes perfis de renda.
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Novos modelos de moradia – Co-livings, aluguel por assinatura e cooperativas habitacionais ganham força no mundo e podem ter espaço no Brasil.
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Educação financeira – Muitas famílias entram em financiamentos sem planejamento, e acabam presas em dívidas de longo prazo.
O caminho é pensar moradia não só como mercado, mas como direito humano essencial.
🧠 Para pensar…
Será que o brasileiro precisa mesmo da “casa própria” como símbolo de sucesso? Essa mentalidade, tão forte no século XX, ainda faz sentido num mundo em que mobilidade, flexibilidade e trabalho remoto mudaram a forma como vivemos?
É preciso refletir se insistir no modelo tradicional de financiamento não cria mais frustrações do que soluções. Talvez morar bem e de forma estável não dependa só da posse, mas do acesso justo à habitação.
📚 Ponto de partida
Para compreender o problema atual, é essencial olhar para a história recente:
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Nos anos 2000, com juros baixos e expansão do crédito, milhões conseguiram comprar seu primeiro imóvel.
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A partir de 2015, a crise econômica e o desemprego frearam esse movimento.
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A pandemia trouxe uma onda temporária de valorização, mas também de endividamento.
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Hoje, com o crédito caro e os salários defasados, o mercado enfrenta uma espécie de “ressaca”.
O ponto de partida é claro: sem renda estável e crédito acessível, não há sonho da casa própria que resista.
📦 Box informativo 📚 Você sabia?
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O Brasil tem um déficit habitacional de quase 6 milhões de moradias.
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O aluguel consome em média 25% da renda familiar nas capitais brasileiras.
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O financiamento médio de um imóvel no Brasil dura 30 anos.
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Em muitos países europeus, o aluguel é visto como solução de longo prazo, e não como “provisoriedade”.
Esses dados mostram que o problema não é só financeiro, mas também cultural.
🗺️ Daqui pra onde?
O futuro do mercado imobiliário brasileiro dependerá de três fatores principais:
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Política de juros – Se a Selic cair de forma consistente, o crédito pode se tornar menos sufocante.
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Renda da população – Sem crescimento real de salários, não há consumo sustentável.
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Mudança cultural – As novas gerações podem redefinir o que significa “morar bem”.
Daqui pra onde? Talvez para um mercado mais diversificado, onde a casa própria deixa de ser a única opção.
🌐 Tá na rede, tá oline
"O povo posta, a gente pensa. Tá na rede, tá oline!"
Nas redes sociais, o tema financiamento imobiliário é alvo de piadas e desabafos. Há quem diga: “vou terminar de pagar minha casa quando já estiver construindo a dos meus netos”. Outros ironizam: “O banco é dono do meu imóvel até 2055, eu só moro de favor”.
Mas também surgem movimentos sérios, de jovens que defendem o aluguel como alternativa inteligente. É nas redes que vemos essa mudança cultural em tempo real.
Reflexão final
A queda da intenção de compra de imóveis não é apenas sobre economia. É sobre sonhos, prioridades e o próprio jeito de viver do brasileiro. Talvez estejamos diante de uma transição: menos apego à posse e mais foco na qualidade de vida.
📌 Recursos e fontes em destaque
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Money Times – [Intenção de compra de imóveis cai ao menor nível desde 2019, mostra FipeZap+ IGDL]
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Fundação João Pinheiro – Déficit habitacional no Brasil
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IBGE – Estatísticas de renda e habitação


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