Uma piada de criança revela uma verdade desconfortável: por que associamos política à corrupção? Entenda e reflita.

 

🗳️ “Fessora, a política é crime organizado?”

Por Carlos Santos

“A turma estava animada na manhã de segunda-feira quando a professora lançou a pergunta:
— Alguém me dá um exemplo de crime organizado?

E Pedrinho, sem hesitar:
— A política, fessora.

A sala caiu na risada. A professora travou. E o Brasil, mais uma vez, se revelou na boca de uma criança.”



Quando o riso escancara a ferida

Tem coisa que só o humor é capaz de traduzir — e o comentário do Pedrinho, embora engraçado, diz muito sobre o que estamos vivendo: uma geração que cresce associando a política à corrupção, ao desvio, à vergonha. E não é à toa. Os escândalos sucessivos, os conchavos explícitos e a impunidade velada geraram uma cicatriz profunda no imaginário coletivo do brasileiro.



Mas será que política é, de fato, sinônimo de corrupção? Ou será que nos falta, urgentemente, educação política e consciência cidadã?




🔍 Zoom na realidade

Quando o senso comum substitui o senso crítico

A resposta de Pedrinho poderia muito bem virar manchete. E seria fácil cair na tentação de confirmá-la sem pensar. Afinal, os noticiários alimentam essa ideia todos os dias.

Mas generalizar é perigoso. Quando tudo vira “crime organizado”, a gente perde a capacidade de distinguir o que deve ser criticado do que precisa ser construído. A crítica é necessária — e urgente — mas precisa ser acompanhada de responsabilidade e educação. Porque quando a política é abandonada pelas pessoas de bem, ela vira terra fértil para os que não têm compromisso com o bem comum.




📚 Ponto de partida

Educação política: a vacina contra a manipulação

Nas escolas, fala-se de história, geografia e até filosofia. Mas educação política — aquela que ensina como funciona o Estado, o papel dos três poderes, o que é um voto consciente — ainda é rara.

O resultado disso? Cidadãos que votam sem saber em quem, por quê e com que consequências. Pessoas que confundem política com politicagem, que acham que democracia é só ir às urnas de quatro em quatro anos.

Educar politicamente é libertar. É dar ao povo não só o poder de escolha, mas o entendimento das escolhas que faz.




💬 O que dizem por aí

Segundo dados do DataSenado (2024), 82% dos brasileiros afirmam não se sentir representados pelos políticos atuais. Além disso, 67% não conseguem nomear ao menos três funções do Congresso Nacional.

Esses números escancaram não só a crise de representatividade, mas uma crise de conhecimento básico sobre o funcionamento da democracia. E onde há desconhecimento, há manipulação.




📊 Panorama em números

  • 73% dos brasileiros afirmam que não receberam nenhum tipo de formação política na escola.

  • Apenas 18% dizem acompanhar de forma ativa votações e projetos em trâmite no Congresso.

  • 59% acreditam que “político é tudo igual”, reforçando a generalização perigosa que desmotiva a participação cidadã.

Fonte: Instituto Locomotiva, 2023.




🧠 Para pensar…

Despolitizar é o primeiro passo para ser controlado

Quando as pessoas desistem da política, quem continua são os mesmos de sempre. O espaço que você deixa é ocupado por alguém. E, muitas vezes, esse alguém não está ali por você, mas por ele mesmo.

A descrença no sistema político é compreensível, mas o abandono é suicídio democrático.




🧭 Caminhos possíveis

Como mudar esse cenário?

  1. Educação política desde a base
    Não se trata de doutrinar, mas de esclarecer. Ensinar o que é o Estado, como funciona a política pública, o que é o SUS, como nascem as leis.

  2. Incentivar o voto consciente
    Campanhas de informação real, não só marketing de candidato. O eleitor precisa entender o histórico e as propostas de quem ele elege.

  3. Cobrança ativa
    Não basta votar. É preciso fiscalizar, questionar, participar de audiências públicas, se envolver nas decisões do bairro, da cidade, do país.

  4. Desconstruir a generalização
    Existem bons políticos, comprometidos, sérios. Precisamos falar deles também, para não entregar a esperança apenas ao riso amargo.




🗺️ Daqui pra onde?

A saída não está na negação da política. Está na sua ressignificação.

Política é instrumento de transformação. Quando bem usada, muda a vida. Quando sequestrada, destrói.

Que a gente ensine os Pedrinhos do futuro a entenderem a política — não como piada, mas como ferramenta de construção coletiva. E que a gente ria, sim, mas não de nervoso.




📦 Box informativo 

📚 Você sabia?

🔎 O termo “política” vem do grego politikós, que significa “relativo aos cidadãos”.
🎓 No Brasil, a Lei nº 13.006/14 determina que temas como política, ética e cidadania sejam abordados nas escolas, mas a aplicação prática ainda é frágil.
🧒 Em países como Finlândia e Canadá, a educação política começa no ensino fundamental e se mantém em todas as etapas. Resultado? Cidadãos mais críticos e engajados.
🧾 A Câmara dos Deputados e o Senado possuem portais educativos gratuitos com cursos introdutórios sobre política para qualquer pessoa.



🔗 Âncora do conhecimento

Se até uma criança é capaz de expor as verdades da política com uma simples piada, o que será que você pode revelar quando decide encarar a realidade dos gráficos, da disciplina e da tomada de decisão?
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