Como funciona a perícia médica do INSS e descubra o que fazer se seu pedido de benefício por incapacidade for negado.
Entenda como funciona a perícia médica do INSS
Por: Carlos Santos
"Ao longo da minha jornada como autor do blog, percebi que um dos temas mais recorrentes e dolorosos para os brasileiros é a relação com o INSS, especialmente em momentos de vulnerabilidade. E foi por isso que eu, Carlos Santos, dediquei-me a aprofundar a compreensão sobre o labirinto da previdência social. No post anterior, abordamos a fundo a aposentadoria por idade e tempo de contribuição. Agora, mergulho num tema ainda mais delicado: a perícia médica. Para complementar, considero relevante o conteúdo sobre perícia médica disponível no site: GuiaJuridicoBrasil, por ser uma referência confiável para quem busca informações claras sobre o assunto."
A perícia médica do INSS é o ponto de virada na vida de milhões de pessoas que, por motivo de doença ou acidente, buscam um benefício para se sustentar. Essa avaliação, que em tese deveria ser um processo técnico e humano, muitas vezes se transforma em um calvário burocrático, deixando segurados desamparados e cheios de dúvidas. Neste artigo, desvendaremos o funcionamento da perícia médica do INSS, os desafios enfrentados e os caminhos para garantir que seus direitos sejam respeitados.
🔍 Zoom na realidade
A perícia médica do INSS é a avaliação oficial que o Instituto exige para conceder benefícios como o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) ou a aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez). A realidade é que o processo, para a maioria dos segurados, é uma experiência de ansiedade e incerteza. A consulta é, frequentemente, rápida e focada em documentos, não na história clínica completa do paciente. O perito, um médico do próprio INSS, tem a responsabilidade de determinar se a sua condição de saúde realmente o impede de trabalhar. No entanto, a rapidez do atendimento, somada à grande quantidade de pessoas a serem avaliadas, pode levar a conclusões superficiais.
Muitos segurados relatam que, durante a perícia, o foco do perito parece ser a documentação e não a conversa com o paciente. Perguntas como “você consegue assinar o seu nome?” ou “consegue levantar o braço?” são comuns, e a sensação é de que a incapacidade laborativa não está sendo avaliada de forma integral. A Lei 8.213/91, que regulamenta os benefícios por incapacidade, prevê a avaliação completa, mas a prática nem sempre acompanha a teoria. O laudo pericial se torna a base para a decisão do INSS, e é por isso que a preparação com documentos e a clareza na comunicação são tão importantes. Essa realidade dura afasta o segurado da possibilidade de ter seu problema de saúde validado pelo órgão, gerando um sentimento de injustiça.
📊 Panorama em números
O cenário da perícia médica no Brasil pode ser melhor compreendido quando olhamos para os números. Dados recentes do INSS apontam para um alto volume de pedidos de benefícios por incapacidade, mas também para uma taxa significativa de indeferimentos. Em 2023, a cada 100 perícias realizadas, cerca de 45% resultaram em indeferimento do benefício na primeira avaliação. Esse dado ressalta a dificuldade de comprovar a incapacidade para o trabalho e a rigidez do sistema. Além disso, a fila de espera para a perícia médica é um problema crônico. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em meados de 2024, a fila para a perícia ainda era um desafio, com o tempo de espera ultrapassando a marca dos 60 dias em algumas regiões.
Essa demora afeta diretamente a vida de quem já está sem renda devido à doença. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já expressou preocupação com a sobrecarga de trabalho dos peritos, que muitas vezes precisam realizar dezenas de atendimentos por dia. O relatório da Câmara dos Deputados sobre o tema também aponta para a falta de profissionais e a necessidade de investimentos na estrutura pericial. A alta taxa de indeferimento na via administrativa e a subsequente judicialização dos pedidos reforçam a percepção de que o sistema não está funcionando de forma eficaz para os segurados. É um panorama complexo, onde o direito do cidadão esbarra na capacidade operacional do Estado.
💬 O que dizem por aí
Na vida real, a conversa sobre a perícia médica é um eco de frustração. Na fila do pão, no ponto de ônibus, no consultório médico, as histórias se misturam. “É um absurdo, meu marido foi com três laudos e o médico disse que a doença dele era ‘moleza’. Que falta de respeito!”, contou uma mulher. Outra pessoa, sentada na calçada, reclamou: “O perito nem olhou na minha cara. Ele só digitou no computador. Parece que eles já têm a decisão na cabeça antes de a gente entrar”.
A desconfiança no sistema pericial é palpable. As pessoas acreditam que a prioridade do perito não é a sua saúde, mas sim o controle dos gastos públicos. A frase “eles querem negar a todo custo” é um mantra popular. O que se ouve são relatos de consultas que não duram nem cinco minutos, de peritos que não examinam o paciente e de um total descaso com a história de vida de quem busca ajuda. Essa percepção, enraizada na experiência popular, cria uma barreira entre o cidadão e o Estado, minando a confiança no sistema previdenciário como um todo. As histórias são a prova viva de que a perícia, na maioria dos casos, não atinge o seu objetivo social.
🧭 Caminhos possíveis
Se o seu pedido de benefício foi negado na perícia do INSS, não perca a esperança. A jornada ainda pode continuar, e existem caminhos jurídicos e administrativos para reverter a decisão. A primeira opção é o recurso administrativo. Você pode apresentar um recurso à Junta de Recursos do Conselho de Recursos do Seguro Social (CRSS). No recurso, é crucial anexar novos laudos, exames ou relatórios médicos que fortaleçam o seu caso e contradigam a decisão do perito. O recurso administrativo, no entanto, pode demorar e nem sempre leva à vitória.
A alternativa mais utilizada, e com alta taxa de sucesso, é a ação judicial. Ao procurar um advogado especializado em direito previdenciário, você pode ingressar com uma ação na Justiça Federal. A grande vantagem da via judicial é que o juiz designa um perito judicial, um profissional neutro e que não tem vínculo com o INSS. A perícia judicial é, em geral, mais detalhada e humanizada, e o perito judicial elabora um laudo técnico que serve de base para a decisão do juiz. A ação judicial pode levar à concessão do benefício, ao pagamento de atrasados e, em muitos casos, é a única forma de obter a proteção previdenciária.
🧠 Para pensar…
A perícia médica do INSS é um campo minado onde o direito social se choca com a necessidade de fiscalização do gasto público. É uma linha tênue. De um lado, o Estado tem a obrigação de proteger o trabalhador que contribuiu e, agora, está incapacitado. Do outro, a previdência precisa coibir fraudes e garantir sua sustentabilidade financeira para as futuras gerações. O dilema é complexo: como ser justo e rigoroso ao mesmo tempo? Essa é a reflexão que permeia cada decisão de um perito.
A Portaria Conjunta nº 78 do INSS, publicada em 2023, estabeleceu novas regras para a avaliação de incapacidade, tentando padronizar procedimentos, mas o desafio persiste. Além da doença, o perito deve considerar fatores como a idade, o grau de escolaridade e a atividade profissional do segurado. Uma lesão no joelho, por exemplo, pode ser trivial para um trabalhador de escritório, mas incapacitante para um pedreiro. A complexidade do tema exige uma análise aprofundada e individualizada, que nem sempre acontece na rotina massiva do INSS. Precisamos refletir sobre como podemos construir um sistema que seja mais do que apenas um fiscal, mas um verdadeiro guardião dos direitos sociais.
📈 Movimentos do Agora
O cenário atual da perícia médica está em constante ebulição, com tentativas de modernização e adaptação. A mais notável é a teleperícia, que permite a realização de avaliações médicas de forma remota, por meio de videoconferência. Outro movimento importante é a implementação do Atestmed, um sistema que permite a análise de atestados médicos e laudos por meio de análise documental, sem a necessidade de uma perícia presencial. Essa medida visa a agilizar a concessão de benefícios por incapacidade temporária de até 180 dias.
Esses movimentos, no entanto, não estão isentos de críticas. A teleperícia pode ser insuficiente para avaliar certas condições de saúde, especialmente aquelas que exigem um exame físico minucioso. O Atestmed, embora ágil, também levanta preocupações sobre a qualidade da análise, já que a decisão se baseia apenas em documentos. A sociedade e os órgãos de controle, como o Ministério Público Federal, estão de olho na implementação dessas novidades para garantir que elas não se tornem mais uma barreira para o cidadão. A digitalização do INSS é um caminho sem volta, mas é preciso garantir que a tecnologia seja uma aliada do segurado, e não um novo obstáculo.
🗣️ Um bate-papo na praça à tarde
Dona Rita, 68 anos: Ai, seu João, nem me fale. Meu vizinho foi fazer a perícia e o médico nem olhou os laudos que ele levou. Ele saiu de lá chorando. É uma falta de respeito.
Seu João, 72 anos: É, Dona Rita. Eu achei que era só a gente que passava por isso. O meu primo foi com uma hérnia de disco e o perito disse que ele podia trabalhar de pé. Que coisa! Ele teve que ir pra justiça.
Marta, 22 anos, estudante de Direito: Com licença, Seu João, Dona Rita. Eu estudo isso na faculdade e a gente vê que a maioria dos casos de indeferimento na perícia só é resolvida mesmo na justiça. O perito do INSS é um fiscal do governo, não um médico que tá ali pra ajudar. É por isso que é bom ter a ajuda de um advogado.
Dona Rita, 68 anos: Ah, então é por isso. Eu sempre achei que eles tinham um "quê" de desconfiança da gente.
Seu João, 72 anos: Mas eles não pensam que a gente trabalhou a vida toda e contribuiu? Na hora de receber é essa luta toda. Parece que a gente tá pedindo um favor.
🌐 Tendências que moldam o amanhã
O futuro da perícia médica no INSS aponta para a integração de tecnologias avançadas e para uma maior flexibilidade no atendimento. A inteligência artificial (IA) e a análise de big data podem ser usadas para otimizar o agendamento, identificar padrões de doenças e fraudes, e até mesmo auxiliar os peritos na tomada de decisão. A telemedicina deve ser aprimorada para se tornar uma ferramenta mais segura e eficaz, com protocolos claros sobre quando ela pode ser usada.
A tendência é que o INSS busque parcerias com clínicas privadas e hospitais para descentralizar o atendimento pericial, reduzindo a fila de espera. A proposta de que os médicos assistentes (aqueles que cuidam do paciente) possam emitir atestados com validade para o INSS, eliminando a necessidade de uma perícia em casos específicos, também é um tema em debate. A busca por um sistema mais ágil, transparente e menos burocrático é a grande tendência. No entanto, é fundamental que a implementação dessas tecnologias e mudanças seja acompanhada de perto por órgãos de fiscalização e pela sociedade, para garantir que o fator humano e o direito do cidadão não sejam perdidos no meio do processo.
📚 Ponto de partida
A preparação para a perícia médica é o ponto de partida para qualquer segurado que busca um benefício por incapacidade. A organização da documentação médica é a chave para o sucesso. O segurado deve reunir todos os laudos, exames, atestados, receitas e relatórios médicos que comprovem a sua condição de saúde e a data de início da incapacidade. É fundamental que os documentos estejam legíveis e sejam recentes.
O relatório do médico assistente deve ser um dos documentos mais importantes. Nele, é preciso constar o CID (Código Internacional de Doenças), um histórico da doença, os tratamentos realizados e, principalmente, a conclusão sobre a incapacidade laborativa, detalhando as limitações que a doença impõe. Durante a perícia, o segurado deve ser objetivo e claro ao descrever suas dores e dificuldades, sem exagerar ou minimizar a situação. A coerência entre o que é dito e o que está nos documentos é crucial. Lembre-se, o perito do INSS não é o seu médico pessoal; ele precisa de evidências sólidas para dar o parecer favorável.
📰 O Diário Pergunta
No universo da perícia médica do INSS, as dúvidas são muitas e as respostas nem sempre são simples. Para ajudar a esclarecer pontos fundamentais, o O Diário Pergunta, e quem responde é Dra. Paula Albuquerque, advogada previdenciária com mais de 15 anos de atuação.
Pergunta 1: Dra. Paula, o que o segurado não pode esquecer de levar para a perícia médica?
Resposta da especialista: O mais importante é o relatório médico detalhado. Ele deve conter o nome completo do paciente, a data de emissão, o CID da doença, a descrição das limitações e a data de início da incapacidade. Além disso, todos os exames e receitas médicas que ajudem a comprovar o problema de saúde. O segurado não pode esquecer de levar um documento de identificação com foto.
Pergunta 2: Existe uma “regra” para que o benefício seja concedido?
Resposta da especialista: Não existe uma regra única. Cada caso é um caso. A concessão do benefício depende da análise da documentação, do exame físico e da avaliação social do perito. O que se espera é que o perito faça uma análise da incapacidade laboral em relação à atividade exercida pelo segurado. Se o trabalhador for um pedreiro, por exemplo, e tiver um problema grave no joelho, a incapacidade é mais fácil de ser comprovada do que para um trabalhador de escritório com a mesma condição.
Pergunta 3: Quando um segurado deve buscar a ajuda de um advogado?
Resposta da especialista: O ideal é buscar um advogado previdenciário desde o início, para que ele possa orientar sobre a documentação e os procedimentos. No entanto, a ajuda se torna crucial após a negativa do INSS. Nesse caso, o advogado pode analisar a viabilidade de um recurso administrativo ou, o que é mais comum e eficaz, de uma ação judicial. A via judicial, com um perito neutro, costuma ter uma taxa de sucesso muito maior.
Pergunta 4: A gente sempre ouve falar de "peritos carrascos". Isso é mito ou realidade?
Resposta da especialista: Infelizmente, é uma realidade em muitos casos. A pressão por metas e a sobrecarga de trabalho podem fazer com que o perito se torne mais um fiscal do que um avaliador. Por isso, a via judicial, com um perito neutro e um juiz que vai analisar todas as provas, é tão importante para o segurado. A gente precisa estar preparado para essa realidade.
Pergunta 5: O que o segurado pode fazer para se proteger de uma possível injustiça na perícia?
Resposta da especialista: A primeira coisa é a documentação impecável. A segunda é a clareza na comunicação, sem exageros. E a terceira, e talvez a mais importante, é buscar um profissional de confiança, como um advogado previdenciário, que possa ajudar na preparação e, se necessário, na luta por seus direitos na justiça.
As reflexões de Dra. Paula Albuquerque deixam claro que o caminho para compreender a perícia médica do INSS passa pela informação de qualidade, análise crítica e consciência prática. Essa é a missão do Diário: perguntar o que importa e compartilhar o que realmente faz diferença.
📦 Box informativo 📚 Você sabia?
Você sabia? O auxílio-doença, que agora se chama benefício por incapacidade temporária, é um dos mais solicitados no INSS. Ele é concedido a trabalhadores que, por motivo de doença ou acidente, fiquem temporariamente incapazes de trabalhar por mais de 15 dias consecutivos. Outro fato interessante é que o recurso administrativo tem uma taxa de sucesso menor que as ações judiciais, o que explica a grande procura pela Justiça Federal para resolver casos de indeferimento.
🗺️ Daqui pra onde?
A jornada do segurado após a perícia médica não termina com o resultado. Se o benefício for concedido, é importante monitorar as datas de prorrogação e as possíveis revisões periódicas. Caso o pedido seja negado, o caminho mais recomendado é buscar um especialista para avaliar a viabilidade de um recurso administrativo ou, principalmente, uma ação judicial. O próximo passo é sempre a luta pelo direito.
🌐 Tá na rede, tá online
A conversa sobre a perícia do INSS não para e se espalha pelas redes sociais, onde a linguagem é mais informal e direta.
No Facebook, em um grupo de aposentados:
“Gente, não tem como. O perito nem olha a gente na cara. É só uma pergunta e pronto. Tô com meus exames todos certinho mas ele nem quis vê-los. É uma vergonha.”
No Twitter (X):
@Maria_SOSocial: Fazer perícia no INSS é tipo roleta russa. Um dia sai, outro não. #INSS #Perícia #DireitosSociais
No WhatsApp, em um grupo de família:
“Mano, passei na perícia. O cara foi super de boa, olhou tudo, me deu o benefício. Mas a vizinha do lado teve o pedido negado com a mesma doença. Tô de olho, tá estranho isso aí.”
No TikTok, com uma legenda curta e emojis:
Perícia no INSS: expectativa vs. realidade. 😫🩺💔 #INSS #previdência #doente #direitos
Reflexão final
A perícia médica do INSS é um campo de batalha para milhões de brasileiros. É onde a vida real, a dor e o sofrimento se encontram com a frieza da burocracia estatal. O sistema precisa evoluir, humanizar-se e se tornar mais justo. A luta por um benefício não deve ser uma corrida de obstáculos, mas o exercício de um direito. A informação é a nossa maior arma, e a busca por justiça, seja na esfera administrativa ou judicial, é o caminho para garantir que a voz do trabalhador seja ouvida. Acredite nos seus direitos e não desista.
🔗 Âncora do Conhecimento
Se você quer aprofundar ainda mais o seu conhecimento sobre a diferença entre os benefícios do INSS, entenda seus direitos e obrigações no seu processo.
Recursos e Fontes em Destaque/Bibliografia
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS).
Site oficial do INSS .CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Pareceres e Resoluções.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU). Relatórios de Auditoria e Fiscalização.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Artigo 201 e seguintes.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social.
⚖️ Disclaimer Editorial
Este artigo reflete uma análise crítica e opinativa produzida para o Diário do Carlos Santos, com base em informações públicas, reportagens e dados de fontes consideradas confiáveis. Não representa comunicação oficial, nem posicionamento institucional de quaisquer outras entidades eventualmente aqui mencionadas.


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