Desemprego no Reino Unido sobe para 4,7% em maio; crescimento salarial desacelera
Por Carlos Santos
📊 Introdução ao cenário do mercado de trabalho britânico
No último mês de maio de 2025, a taxa de desemprego do Reino Unido subiu para 4,7%, superando as expectativas dos economistas e atingindo o nível mais alto desde junho de 2021. Esse dado alarmante ocorre em meio a uma desaceleração no crescimento dos salários, um cenário que traz reflexos importantes na política monetária local e nas perspectivas econômicas para os próximos meses. Este artigo traz uma análise detalhada e ao vivo desses dados recentes, seu impacto no mercado financeiro e o que podemos esperar das decisões do Banco da Inglaterra em relação às taxas de juros.
📈 Desemprego em alta: o que os números mostram?
Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) do Reino Unido, o desemprego subiu de 4,6% para 4,7% nos três meses até maio, acima da expectativa do mercado, que previa estabilidade nesse patamar. Esse aumento, o maior em quase quatro anos, indica que mais pessoas entraram no mercado de trabalho em busca de emprego — elevando o número de desempregados.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas empregadas subiu em 134 mil, muito acima da previsão de 46 mil, enquanto a categoria de “inatividade econômica” — que inclui estudantes, cuidadores não remunerados e pessoas com doenças de longa duração — caiu em 139 mil, mostrando uma movimentação significativa entre os trabalhadores.
💰 Crescimento salarial desacelera, mas se mantém resiliente
O crescimento salarial anual, excluindo bônus, desacelerou para 5% nos três meses até maio, o nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2022, porém ainda ligeiramente superior às previsões medianas de 4,9% dos economistas. A revisão dos dados de abril também apontou alta, de 5,2% para 5,3%, demonstrando que, apesar da desaceleração, os salários mantêm uma dinâmica positiva.
Essa desaceleração, aliada ao aumento do desemprego, tem sido interpretada como um fator que pode aliviar a pressão inflacionária, dando margem para que o Banco da Inglaterra reduza novamente as taxas de juros na próxima reunião.
🏦 Política monetária em foco: o Banco da Inglaterra e os juros
Diante desses dados, o Banco da Inglaterra (BoE) observa atentamente a combinação entre o mercado de trabalho desaquecido e a desaceleração dos salários como sinal para possíveis cortes graduais nas taxas de juros. A inflação no país, apesar de elevada — chegando a 3,6% em junho, o maior patamar desde janeiro de 2024 —, ainda preocupa os formuladores de política que querem preservar o equilíbrio entre estímulo à economia e controle dos preços.
O BoE considera um crescimento salarial anual de cerca de 3% como ideal para manter a inflação próxima da meta de 2% no médio prazo, e a expectativa é que os juros sejam cortados em agosto e possivelmente novamente no final do ano. A redução gradual visa evitar quedas abruptas que possam desestabilizar o mercado financeiro.
🔎 Reflexos no emprego e nas contratações
Algumas empresas já sinalizaram a intenção de diminuir contratações, pressionadas por aumentos no salário mínimo e nas contribuições previdenciárias, que entraram em vigor em abril, além do endurecimento de leis trabalhistas planejadas para os próximos meses.
Os últimos dados também revelam uma queda no número de vagas disponíveis, que caiu 56 mil no segundo trimestre para o menor nível desde abril de 2021, com 727 mil postos ofertados, apontando um mercado mais cauteloso para os próximos meses.
📉 Implicações para investidores e mercado financeiro global
Os dados do emprego e salários no Reino Unido impactam diretamente a confiança dos investidores e as movimentações nos mercados financeiros globais. Após a divulgação, os rendimentos dos títulos do governo de cinco anos britânico subiram, enquanto as expectativas por cortes nos juros diminuíram ligeiramente.
Para investidores brasileiros atentos às relações comerciais e financeiras internacionais, entender esses dados é fundamental para avaliar riscos e oportunidades em setores ligados ao comércio exterior, câmbio e ativos globais.
⚖️ Opinião do autor: perspectiva para o curto e médio prazo
Na minha visão, o aumento do desemprego e a desaceleração salarial refletem a necessária fase de ajuste do Reino Unido diante de pressões inflacionárias e mudanças estruturais no mercado de trabalho. Apesar dos desafios, o cuidado do Banco da Inglaterra em promover cortes graduais dos juros favorece a estabilidade econômica no médio prazo.
Recomendo aos investidores e analistas monitorar de perto as novas publicações dos indicadores e os discursos do BoE, pois eles serão cruciais para antecipar movimentos do mercado e ajustar estratégias financeiras.
📚 Você sabia?
O Banco da Inglaterra foi o primeiro banco central no mundo a ser criado, em 1694, e desde então desempenha papel fundamental na condução da política monetária e estabilidade financeira no Reino Unido. A decisão sobre as taxas de juros é uma das ferramentas essenciais para controlar a inflação e promover o crescimento econômico sustentável.
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