"Memória, verdade e identidade política em Tucuruí: o legado de Navegantes e a amizade com Jones William."

 Navegantes e a História Política de Tucuruí: Entre Legado e Memória Popular

Por Carlos Santos

imagem meramente ilustrativa



Tucuruí, no sudeste do Pará, carrega em sua trajetória política figuras que marcaram gerações. Entre elas, José Soares do Couto Filho, conhecido como Navegantes, se destaca. Sua passagem pela prefeitura — em especial nos anos 1989 a 1992 — ficou gravada na memória popular pela forma como uniu religiosidade, urbanismo e cultura local. Neste post, vamos revisitar os feitos do ex-prefeito Navegantes (pai), e esclarecer que ele não é a mesma pessoa que Bena Navegantes, político de outra geração que assumiu interinamente a prefeitura décadas depois.

Tucuruí em transição: da vila à cidade energética

A transformação de Tucuruí ganhou impulso nos anos 1980, com a construção da Usina Hidrelétrica, uma das maiores do país. Esse processo acelerou o crescimento da cidade e lançou novos desafios à gestão pública. Foi nesse cenário que Navegantes assumiu seu mandato.

O mandato de Navegantes (1989–1992): identidade, religiosidade e obras simbólicas

Durante sua gestão, Navegantes priorizou obras que marcaram simbolicamente a paisagem urbana. A mais lembrada é a Escadaria de Santo Antônio, que além da funcionalidade, carrega uma carga religiosa e afetiva para os moradores. A escadaria tornou-se um símbolo visual da gestão, com valor para além da obra em si.

Seu governo também ficou marcado por eventos populares, festas tradicionais e uma presença mais próxima aos bairros. Navegantes cultivava uma política de aproximação, sendo visto como um prefeito “do povo”, com falas populares e presença constante nas ruas — algo que ainda é lembrado em conversas nostálgicas de moradores mais antigos.

E quem é Bena Navegantes?

Bena Navegantes é uma figura pública distinta, de outra geração. Embora compartilhe o sobrenome e esteja vinculado à mesma família política, não se trata da mesma pessoa que foi prefeito nos anos 80. Bena chegou a assumir interinamente a prefeitura de Tucuruí em 2017, num momento de instabilidade institucional, após a morte do prefeito Jones William e o afastamento do vice, Artur Brito. Sua passagem foi breve e envolta em polêmicas, conforme noticiado por diversos portais locais.

É essencial separar as trajetórias: Navegantes (Pai) teve um mandato legítimo, eletivo e de longo prazo. Já Bena (Filho) ocupou o cargo de forma interina, por força judicial, em um contexto de crise política e institucional.

🖋 Opinião do autor

Ao revisitarmos o legado de Navegantes, o ex-prefeito dos anos 1980, reforçamos a importância de separar história de boatos e nomes semelhantes. Sua gestão simbolizou um momento de transição em Tucuruí — quando a cidade ainda se adaptava à presença da hidrelétrica e ao novo cenário urbano.

Em tempos de confusão política e desinformação, valorizar a memória correta dos fatos é um ato de resistência e respeito à história local. E, nesse ponto, o papel do jornalismo e dos blogs comprometidos com a verdade torna-se ainda mais relevante.

Revisitar o legado de Navegantes, prefeito de Tucuruí entre 1989 e 1992, é também uma forma de entender como a história política da cidade se estrutura em ciclos de memória, identidade e disputas simbólicas. No entanto, não podemos ignorar os momentos mais delicados que marcam essa trajetória — como o fatídico ano de 2017, quando perdemos tragicamente o prefeito Jones William, vítima de um atentado cruel enquanto exercia o mandato.

Para mim, esse episódio não é apenas uma manchete de jornal. Jones era meu amigo pessoal, presença constante em minha casa, e alguém que demonstrava humanidade mesmo nos gestos mais simples — como quando, certa vez, levou remédio até mim enquanto eu estava doente. Um gesto pequeno para alguns, mas que dizia muito sobre sua essência. A dor da sua partida ainda ecoa na cidade e em quem, como eu, conviveu com ele de perto.

Foi nesse contexto de instabilidade e luto que Bena Navegantes assumiu interinamente a prefeitura, por decisão judicial. Mas é essencial esclarecer: Bena não é o mesmo Navegantes que governou a cidade nos anos 1980, apesar do sobrenome familiar. Enquanto o primeiro ocupou o cargo brevemente num período de crise, o segundo construiu um mandato próprio, marcado por obras simbólicas e pela conexão com a comunidade.

Em tempos de confusão política e desinformação, valorizar a verdade histórica e afetiva é um ato de resistência — tanto para que os feitos legítimos de figuras como Navegantes (pai) sejam reconhecidos, quanto para que a memória de líderes como Jones William seja preservada com respeito. Que este blog siga sendo espaço para isso: recordar com exatidão, refletir com sentimento, e registrar com responsabilidade.


📦 Box informativo 

📚 Você sabia?


As Escadarias de Santo Antônio, construída na gestão de Navegantes (1989–1992), é um dos marcos mais conhecidos de Tucuruí. Ela liga o centro da cidade a bairros mais altos, simbolizando, para muitos, a ascensão da cidade nos tempos de transformação urbana.

#HistóriaPolítica, #GestãoPública, #LegadoPolítico, #ViolênciaPolítica, #MemóriaColetiva

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem