BIS faz alerta severo sobre stablecoins, classifica-as como “insuportáveis” e pede tokenização das moedas nacionais. Entenda os riscos e o futuro da regulação. - DIÁRIO DO CARLOS SANTOS

BIS faz alerta severo sobre stablecoins, classifica-as como “insuportáveis” e pede tokenização das moedas nacionais. Entenda os riscos e o futuro da regulação.

 

🏦 BIS alerta sobre stablecoins: risco real e convite à tokenização de moedas nacionais

Por Carlos Santos


📚 Ponto de partida

O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), conhecido como o "banco dos bancos centrais", lançou um alerta contundente sobre os riscos das stablecoins — criptomoedas que mantêm sua cotação fixa em relação ao dólar. Segundo o relatório mais recente, esses ativos “insuportáveis como substitutos sólidos do dinheiro”, segundo avaliação do próprio BIS, ameaçam a estabilidade financeira global e a soberania monetária dos países.


🔍 Zoom na realidade

Apesar de existirem mais de US$ 200 bilhões em stablecoins circulando globalmente, grande parte delas não oferece os requisitos essenciais de uma moeda confiável. O BIS destaca três falhas estruturais graves:

  1. Singularidade – diferente do dólar oficial, uma stablecoin pode se descolar de seu valor de referência;

  2. Elasticidade – não há expansão de crédito como ocorre com moedas controladas por banco central;

  3. Integridade – falta total de transparência, permitindo lavagem de dinheiro e evasão 

Além disso, segundo o periódico britânico Financial Times, o BIS comparou as stablecoins a “notas de banco privadas dos séculos XIX” — ressaltando que, na prática, elas são “performaticamente pobres” como dinheiro confiável .


📊 Panorama em números

Indicador Dado / Citação Comentário
Circulação de stablecoins ~ US$ 200–260 bilhões Alta relevância, mas risco crescente
Percentual atrelado ao dólar 99% do mercado Altamente exposto à moeda americana
Regulação no Senado dos EUA Projeto "Genius Act" aprovado Busca dar respaldo legal; BIS desaprova

💬 O que dizem por aí

De acordo com a Reuters, o BIS fez seu “alerta mais severo até hoje sobre stablecoins”, pedindo que países “acelerem a tokenização de suas moedas nacionais”, ou seja, convertam fiat em ativos digitais controlados por bancos centrais. E o Cinco Dias de El País destacou: o BIS vê esses ativos como “riscos significativos para a soberania monetária e a estabilidade financeira” 


🧭 Caminhos possíveis

O relatório do BIS sugere dois caminhos para responder à ameaça representada pelas stablecoins:

  • Regulação robusta e globalmente coordenada, para garantir que os emissores possam ser responsabilizados e que haja transparência nas reservas;

  • Tokenização de moedas nacionais, com base em iniciativas como o Projeto Agorá, que propõe um “ledger unificado” com depósitos de bancos centrais, depósitos comerciais e títulos governamentais digitais, garantindo maior segurança, rastreabilidade e integridade. 


🧠 Para pensar…

A discussão mostra que, embora as stablecoins se apresentem como inovação, elas podem ser moedas instáveis com risco sistêmico, especialmente para países emergentes vulneráveis à dolarização. O grande ponto é que a tecnologia está pronta — só falta adaptá-la a uma governança confiável, democrática e pública.


🗺️ Daqui pra onde?

  • acompanhe como os bancos centrais estão reagindo, especialmente o carregado de tokenização;

  • avalie se seu país tem políticas claras para stablecoins ou se está avançando em CBDC;

  • questione: vale a pena confiar numa criptomoeda privada se ela falha nos atributos básicos de uma moeda?


🪝 Âncora do conhecimento

Se o alerta do BIS sobre moedas digitais privadas já te deixou em estado de atenção, vale acompanhar o impacto político global dos movimentos de poder e influência monetária. No post anterior, analisei a declaração surpreendente de Donald Trump sobre um “cessar-fogo ilimitado” e como isso está mexendo com o mercado internacional e o xadrez geopolítico.
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📦 Box informativo 

📚 Você sabia?

Segundo o BIS, um dos maiores problemas das stablecoins é a falta de elasticidade — ou seja, elas não conseguem expandir ou contrair oferta conforme a economia, já que exigem lastro antecipado, diferente do que ocorre com dinheiro bancário tradicional.

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