Incerteza global pressiona commodities, mas agronegócio latino-americano ganha protagonismo
Por Carlos Santos
Em meio a um cenário econômico internacional instável, o agronegócio da América Latina desponta como uma das poucas regiões com potencial de crescimento. Essa é a avaliação da agência de classificação de risco Moody’s, que destacou recentemente como a volatilidade dos mercados de commodities pode, paradoxalmente, abrir espaço para estratégias competitivas no setor agroexportador.
🔍 Zoom na realidade
Segundo a Moody’s, o atual ambiente de incerteza global — influenciado por tensões geopolíticas, conflitos no Oriente Médio, choques de oferta e a desaceleração de grandes economias como China e Europa — está pressionando o mercado de commodities de forma significativa. Entretanto, países produtores de alimentos na América Latina, como Brasil e Argentina, estão se posicionando como alternativas estáveis e confiáveis diante desse caos global.
📊 Panorama em números
De acordo com dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura):
O Brasil é responsável por mais de 40% das exportações globais de soja;
A América Latina responde por cerca de 17% da produção mundial de grãos;
As exportações agropecuárias da região cresceram em média 8% ao ano desde 2020;
O setor representa mais de 10% do PIB latino-americano em diversos países, com peso ainda maior no Brasil.
💬 O que dizem por aí
Em entrevista recente, analistas da Moody’s afirmaram que, embora o mundo esteja enfrentando "um ciclo persistente de incertezas e instabilidades climáticas e políticas", a América Latina "está capitalizando sua vantagem competitiva natural em commodities agrícolas".
Outro ponto levantado pela agência é a resiliência do setor: mesmo durante a pandemia de COVID-19 e choques como a guerra na Ucrânia, os países latino-americanos conseguiram manter sua capacidade produtiva, ampliar exportações e conquistar novos mercados, como ásia e áfrica.
🧭 Caminhos possíveis
Para que o agronegócio latino-americano continue crescendo nesse cenário, a Moody’s sugere alguns pontos estratégicos:
Diversificação de mercados: reduzir dependência de um único comprador, como China ou EUA.
Sustentabilidade ambiental: atender às novas exigências dos mercados europeus.
Infraestrutura logística: melhorar portos, ferrovias e armazenagem para manter competitividade.
Segurança jurídica e política: atrair investimentos com estabilidade institucional.
O Brasil, por exemplo, tem ampliado suas exportações para a Índia e para países do Oriente Médio, ao mesmo tempo em que tenta alinhar sua agenda ambiental com os compromissos do Acordo de Paris.
🧠 Para pensar...
Se o mundo vive um momento de retração, por que o agronegócio latino continua crescendo? A resposta pode estar na capacidade histórica de resiliência do campo, que se reinventa em meio a crises e se posiciona como essencial para a manutenção da ordem econômica.
Ao mesmo tempo, não há como ignorar os desafios: a dependência excessiva de commodities básicas, os riscos ambientais e a desigualdade social nas regiões produtoras são fatores que merecem atenção.
📚 Ponto de partida
Relatório da Moody’s de junho de 2025 (citado textualmente): "O setor agroalimentar da América Latina representa uma das poucas âncoras de estabilidade em meio à crescente incerteza global".
Dados da FAO e do FMI sobre crescimento do setor entre 2020 e 2024.
Artigos da CEPAL reforçam a importância do investimento público em infraestrutura agrícola.
📦 Box informativo
🎓 Você sabia?
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, soja e café. Além disso, em 2024, o país superou os Estados Unidos como principal fornecedor de milho para a China. Esses dados mostram a importância geopolítica crescente do agronegócio nacional em um mundo cada vez mais volátil.
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