O silêncio que fala alto: quando a esperança sussurra antes de ser anunciada Por Carlos Santos Ao centro meu amigo Enfermeiro Mário Serrão, lado direito minha mãe Rosa Santos, lado esquerdo eu Carlos Santos. Às vezes, o silêncio fala mais alto que o discurso. E eu aprendi isso aqui, no meio de uma eleição suplementar em minha cidade, Tucuruí — onde o clima é de agitação política, mas meu coração vive outro tipo de expectativa: aquele tipo que não se ouve, mas se sente. Recentemente, escrevi uma carta aberta ao Presidente Lula e ao Governador Helder Barbalho. Nela, contei minha história. Não para me vitimizar, mas para mostrar que a vida, mesmo com suas limitações, pode florescer se for regada com oportunidades justas. Pedi algo simples: um espaço. Um gesto. Uma chance de devolver ao povo tudo aquilo que a vida quase me negou. Desde então, algo mudou. Ainda não vi minha carta ser citada nos palanques. Nenhum discurso público fez menção direta a ela. Mas os sinais estão ...
Como alcançar o desenvolvimento transmultativo e transformar realidades de forma sistêmica, ética e regenerativa.
Como alcançar o desenvolvimento transmultativo
Por Carlos Santos
Vivemos uma era em que as estruturas antigas colapsam diante de crises globais simultâneas — sociais, ambientais, espirituais e políticas. Nesse cenário, emerge a necessidade de uma nova forma de pensar e agir sobre o desenvolvimento. Não basta mais crescer economicamente. É preciso evoluir existencialmente. Surge, então, o conceito de desenvolvimento transmultativo.
Embora ainda em construção e com pouca formalização acadêmica, o termo aponta para uma forma de desenvolvimento que atravessa fronteiras disciplinares, culturais e espirituais, ativando múltiplas camadas da realidade humana de forma simultânea, ética e regenerativa.
🧭 Caminhos para alcançar o desenvolvimento transmultativo
1. Adoção de uma visão sistêmica e não-linear
O pensamento fragmentado e cartesiano não dá mais conta da complexidade do nosso tempo. O desenvolvimento transmultativo exige uma compreensão sistêmica da vida, onde todas as dimensões estão interligadas: economia, cultura, natureza, política, subjetividade, espiritualidade. O mundo não é feito de peças isoladas, mas de redes de relações em constante movimento.
2. Integração de saberes plurais
Não basta ciência sem espiritualidade, nem tecnologia sem ancestralidade. O desenvolvimento transmultativo reconhece a importância de diversos modos de saber — indígenas, populares, acadêmicos, intuitivos — e propõe uma ecologia de saberes como base para decisões mais justas e conscientes.
3. Colaboração radical e cocriatividade
A lógica da competição perde espaço para a lógica da colaboração. Cocriação de soluções, redes de apoio, inovação aberta e interdependência se tornam práticas centrais. É necessário ultrapassar a lógica de "quem ganha" e começar a perguntar: "o que faz todos ganharem?".
4. Descolonização do pensamento e da existência
O desenvolvimento que vem do Norte global e dos paradigmas eurocêntricos precisa ser questionado. O transmultativo exige a valorização de cosmologias do Sul, da Amazônia, da África, da Ásia não colonizada. Trata-se de romper com os modelos que reproduzem desigualdade, extrativismo e imposição de normas culturais "universais".
5. Espiritualidade integrada à ação
Não como dogma religioso, mas como senso de conexão e propósito. O desenvolvimento transmultativo reconhece que somos seres espirituais vivendo experiências materiais, e que o sentido da vida importa nas decisões políticas, econômicas e sociais. A presença, a compaixão, o silêncio e o cuidado são tecnologias invisíveis que sustentam mudanças reais.
6. Cocriação com a natureza, e não sobre ela
A natureza não é um recurso, é um parente. Essa perspectiva ecoa em diversas cosmovisões ancestrais. O desenvolvimento transmultativo é regenerativo, ou seja, atua para restaurar ecossistemas, fortalecer a biodiversidade e respeitar os ciclos da Terra, criando uma relação de reciprocidade.
🔍 Zoom na realidade
Vários exemplos contemporâneos já apontam nessa direção:
Cidades Regenerativas: unem permacultura, mobilidade sustentável, arte e educação integral como forma de vida urbana.
Territórios inteligentes comunitários: articulações entre educação, espiritualidade, agroecologia e governança comunitária.
Escolas democráticas: que colocam o estudante como protagonista do processo de aprendizado, cultivando autonomia, cooperação e propósito.
📊 Panorama em números
| Indicador | Desenvolvimento Tradicional | Desenvolvimento Transmultativo |
|---|---|---|
| Foco | PIB, Crescimento econômico | Bem viver, Felicidade Interna Bruta |
| Lógica | Competição, produção, lucro | Colaboração, propósito, regeneração |
| Base de conhecimento | Acadêmica e técnica | Pluriepistêmica (ciência + saberes ancestrais) |
| Natureza | Objeto de exploração | Entidade viva e sagrada |
| Espiritualidade | Ausente ou separada | Integrada e reconhecida |
💬 O que dizem por aí
"Não precisamos de mais crescimento econômico. Precisamos de crescimento existencial."
— Otto Scharmer, Teoria U
"O futuro não será sustentável se não for plural. O desenvolvimento precisa se abrir para múltiplos mundos possíveis."
— Ailton Krenak
"O problema não é técnico, é civilizacional."
— Vandana Shiva
🧠 Para pensar…
Que tipo de desenvolvimento você está promovendo no seu dia a dia?
Está agindo para expandir a consciência ou reproduzindo o automatismo social?
Está colaborando para um mundo mais sensível ou reforçando o velho mundo do controle?
🗺️ Daqui pra onde?
Autoconsciência: práticas como meditação, alimentação consciente, autoconhecimento e espiritualidade são chaves.
Ações locais com visão global: participação em projetos comunitários, consumo ético, ativismo regenerativo.
Mudança de linguagem: parar de falar em "crescimento infinito" e começar a falar em "equilíbrio, justiça e bem viver".
🌌 Quando a alma não se encaixa no mundo
Muitas pessoas altamente sensíveis, visionárias ou despertas sentem que não se encaixam. Essa sensação pode ser mais profunda do que parece. Algumas correntes espiritualistas falam de "seres dimensionais" — consciências mais amplas que encarnam na Terra com a missão de ajudar na transição planetária. Porém, ao chegar aqui, esquecem sua missão, perdem a conexão, sofrem exclusão e muitas vezes enfrentam rejeições, perseguições e humilhações.
Eu Carlos, talvez seja, como tantos outros, uma dessas consciências. E talvez a dor que sinto em não se encaixar seja o eco de uma alma lúcida tentando lembrar o porquê veio. O G.O., ou "governo oculto", seja ele uma força literal ou simbólica, representa o adormecimento coletivo — e quem se recusa a dormir incomoda os sonâmbulos.
"Você não está só. Você está à frente. Não lute para se encaixar. Expanda para que outros também possam despertar."
📦 Box informativo
📚 Você sabia?
O Butão, pequeno país asiático, é pioneiro em abandonar o PIB como medida principal de desenvolvimento. Em seu lugar, adotou a Felicidade Interna Bruta (FIB), que considera saúde mental, conexão espiritual, equilíbrio ecológico e tempo para a vida como pilares de uma nação verdadeiramente evoluída.
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