Entenda por que qualificação e estrutura são cruciais para a educação no Brasil, e como o IFRS demonstra que é possível ter ensino gratuito, de qualidade e transformador.
Por que qualificar a educação no Brasil importa — e como o IFRS mostra o caminho
Por Carlos Santos
Hoje, ao explorar o site do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), percebi que a educação pública gratuita e qualificada pode — e deve — ser a base de um projeto de nação regenerador e inclusivo. Os Institutos Federais, como o IFRS, completaram 15 anos em 2023, oferecendo uma trajetória sólida de ensino, pesquisa e extensão — com mais de 200 opções de cursos gratuitos e presença em 17 campi, atendendo a cerca de 20 mil estudantes presencialmente e centenas de milhares a distância
Essa infraestrutura poderia ser aplicada em todo o país — porque qualificação é a raiz da dignidade e da autonomia social.
🔍 Zoom na realidade
No Brasil, a educação profissional está presente tecnicamente apenas em 6% dos jovens de 16 a 24 anos — um número tímido se comparado à média de 35% de países da OCDE. Este cenário explica por que carentes de formação técnica, muitos jovens ficam presos em ciclos econômicos precários, reproduzindo desigualdades intergeracionais.
Ao mesmo tempo, os dados do IFRS revelam que a instituição mantém o conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), um dos melhores entre os 38 institutos federais, resultado de uma combinação de ensino, pesquisa e extensão que põe a educação a serviço da comunidade.
📊 Panorama em números
Indicador | Brasil | IFRS (RS) |
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Juventude (16‑24a) em educação profissional | 6% | – |
IGC (2021) | – | Nota 4 (em escala de 1‑5) |
Cursos ofertados | 11 mil na Rede Federal | ≈ 200 regulares + 340 EaD |
Matriculados (EaD) | 1,5 milhão na Rede Federal | Mais de 20 mil no IFRS presencialmente |
💬 O que dizem por aí
“A educação pública é uma das políticas mais eficazes no combate às desigualdades no Brasil.”
— Estudo do Made/USP sobre o impacto dos investimentos em educação pública no índice de Gini.
“Os Institutos Federais têm por objetivo suprir a demanda de mão de obra técnica qualificada e preparar os estudantes para a cidadania.”
— Relatório de pesquisadores sobre sustentabilidade no IFRS
“A expansão da Rede Federal é parte do processo de revitalização que a educação brasileira vem vivenciando.”
— Análise histórica sobre a origem da Rede Federal, iniciada em 1997 com o PROEP
🧠 Minha opinião
Entendo que a educação deve romper com padrões que se limitam ao ensino formal e miram exclusivamente no vestibular ou no diploma. Ela deve ser humanizadora, técnica, crítica e cidadã — exatamente como a proposta dos Institutos Federais.
Ver o IFRS alcançar conceito 4 no IGC mostra que é possível ter educação pública de qualidade, mesmo dentro das limitações orçamentárias e burocráticas do Brasil. Mas os desafios ainda são grandes:
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A baixa taxa de jovens nos técnicos limita a capacidade de reação rápida do país diante de crises econômicas e tecnológicas;
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Falta infraestrutura digna para acelerar qualidade, tanto no ensino médio quanto na qualificação profissional;
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Um modelo concentrado em redes públicas deveria ser replicado nacionalmente, com foco nas necessidades regionais.
🧭 Para pensar…
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Como podemos ampliar a rede de formação técnica para além dos grandes centros?
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Será que unidade curricular centrada em projeto de vida, como previsto nas DCNEM, está sendo implementada de forma efetiva nas escolas públicas?
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Estamos formando para a cidadania ou apenas para competir por vagas de emprego?
🗺️ Daqui pra onde?
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Fortalecer a Rede Federal: apoiar políticas públicas que ampliem campus e cursos técnicos em regiões carentes.
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Investir em infraestrutura: escolas não podem ter aparência de prisões — precisam acolher, envolver e inspirar .
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Apostar em educação conectada à realidade local: integrar ensino técnico, projetos de sustentabilidade e cidadania comunitária.
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Promover cultura de qualificação: educar jovens e adultos para ver na educação profissional uma porta de valorização digna da vida.
📦 Box informativo
Você sabia? A Lei Federal nº 11.892/2008 criou os Institutos Federais, e desde então a Rede cresceu para 680 unidades, oferecendo mais de 11 mil cursos e atingindo cerca de 1,5 milhão de matrículas .
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